Rumo a regulamentação de nosso cargo!!!

Mesmo após a LDB/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e o PNE/2001 (Plano Nacional de Educação), quando as creches deixaram de ter um caráter assistencialista e passaram a ser consideradas a primeira etapa da educação básica, onde quem trabalha em contato diretamente com as crianças é o professor e necessita ter a formação mínima em nível médio na modalidade normal para estar em sala de aula, muitos municípios continuaram a fazer concursos com a exigência de apenas nível fundamental ou médio, com nomenclaturas como auxiliar de recreação, berçário, auxiliar de creche, pajem, entre outras até os dias de hoje e como resultado disso exercemos atividades de docente, pois as creches de fato fazem todo o trabalho pedagógico, porém temos salários e direitos bem inferiores aos dos professores, mesmo tento a qualificação exigida por lei.

Convocamos aos ainda erroneamente chamados auxiliares, pajens, monitores, entre outras denominações a caminhar pela criação de nossa verdadeira identidade que é a de Professor de Educação Infantil, em muitos municípios profissionais como nós já conquistaram seus direitos agora é a nossa vez.

sábado, 22 de janeiro de 2011

A SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO DE ANGRA DOS REIS-RJ FALA À RADIO COSTA AZUL FM

Nesta sexta-feira dia 21, a Secretária de Educação de Angra dos Reis Luciane Rabha concedeu uma entrevista no programa Talk Show da Radio Costa Azul FM. Não acompanhamos na íntegra a entrevista, quando fomos avisadas esta já caminhava para o fim.

Foi feita uma pergunta por uma auxiliar, não muito bem formulada, na qual a secretária pôde sair pela tangente sem aumenos ficar constrangida. A auxiliar por sua vez se defende dizendo que a pergunta feita pelo locutor não foi exatamente a feita por ela.

A pergunta, segundo a auxiliar, foi a seguinte:"O que a Secretária pretente fazer com relação aos auxiliares de creche, já que estes fazem um trabalho de professor e são remunerados como os zeladores? "
O Locutor, segundo a auxiliar, fez uma pergunta dando a entender que queremos "virar" professores, Luciane Ranha então disse que nós fizemos concurso público para auxiliar de recreação e berçário e queremos ser professores.

Sra. Luciane Rabha, queremos ser reconhecidos pela função que já exercemos desde que tomamos posse, ou seja, do PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL que tem a função de cuidar e educar às crianças, segundo o MEC.


Como estamos cansadas de dizer, alguns municípios na intenção de baratear os custos com a Educação Infantil fizeram concurso com nível de escolaridade insuficiente, no caso de Angra, o fundamental, ferindo a LDB, o PNE e todos os documentos do MEC que são claros quando dizem que o PROFISSIONAL que trabalha em sala de aula diretamente com as crianças na Educação Infantil é Professor de Educação Infantil e o nível de escolaridade exigido, no mínimo o Magistério.

É inadimissível que um profissional fique por sete, oito e até dez horas dentro de sala de aula e em alguns períodos sozinhos com as crianças sem ter a formação correta.

O Governo Federal então fêz seu papel, através do Proinfantil (Programa de Formação INICIAL para Professores em Exercício na Educação Infantil) está capacitando os auxiliares que optaram fazer o curso, assim como o município que, mesmo sem ser obrigado, agarrrou de unhas e dentes esta oportunidade, pois nalgum tempo seriam obrigados a arcar com todos os custos de capacitação dos auxiliares que estão de forma irregular dentro de sala de aula.

Com a ajuda do governo federal ficou bem mais fácil até porque alguns municípios simplesmente ignoraram algumas cláusulas do contrato e fizeram o que bem entenderam (temos em mãos o contrato do Proinfantil firmado entre o Governo Federal, o Estado e Municípios que estaremos postando aqui brevemente).

Os municípios que capacitaram seus antigos auxiliares, como São Paulo-SP, e os reenquadraram como professores de Educação Infantil, criaram um cargo a parte em extinção para aqueles que não quiseram se adaptar às leis educacionais, ou seja, que preferiram continuar com o nível de escolaridade fundamental ou médio.

Em Angra a partir de julho de 2011 a maioria dos auxiliares terão o Magistério, mas ainda terão alguns que permanecerão dentro de sala com o nível de escolaridade FUNDAMENTAL.

A Secretária fez uma comparação (a partir daí já estávamos ouvindo) dos auxiliares aos candidatos que fazem concurso para para a Ilha Grande, que tem poucos concorrentes, depois querem vir para o continente, que devíamos prestar atenção no Edital do Concurso.

Dizendo isto nós custamos a acreditar que a Secretária entenda pelo menos um pouco de Educação Infantil, se soubesse não diria tal asneira. Nosso caso é totalmente diferente, chega a ser ridicula a comparação.

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Na Educação Infantil quem cuida educa e quem educa cuida, não pode haver um profissional para fazer a parte pedagógica e outro os cuidados.

No Edital (em Síntese de Tarefas) prevê os cuidados e as brincadeiras educativas, e assim que as criança de creches e pré-escola aprendem. Sempre participamos da elaboração do projeto Pedagógico, continuamos a fazê-lo, agora (depois que começamos a lutar por nossos direitos) com um nome diferente:"Planejamento de Vida Diária".

O erro, para não dizer "esperteza" ficou por conta somente do nível de escolaridade incorreto e o salário obsceno. O Regimento de Creche da época que entramos para as creches(hoje foi mudado) é fiel as nossa reais atribuições, lá não há dúvidas que somos na verdade os professores de sala de aula.

Queremos que a Secretária nos respondesse: Quem fica com as crianças regendo as salas de aula todos os dias de segunda às sextas-feiras das 11:30 às 17:00hs??? E nas férias dos Docentes I??? E agora durante todo no mês de janeiro quem está em sala de aula SOZINHOS de 7:00às 17:000 com as crianças??? e quando os Docentes estão de licença médica???e no recesso de dezembro e julho??? E por que quem promoveu o concurso de 2004/2008 não observou que o nível de escolaridade estava incorreto???


Somos os Professores Leigos da Educação Infantil, somos nós, os únicos, que cumprimos as reais atribuições do Professor de Educação Infantil. Nunca pedimos para sermos Docentes I ou II, a Secretária de Educação juntamente com seus colaboradores tentam enganar as pessoas dizendo que queremos mudar de profissão, isto é MENTIRA, a natureza de nossa atribuições serão as mesmas, continuaremos a fazer o que sempre fizemos.

Não há incostitucionalidade e sim adequação às leis federais. E mais, quem errou não fomos nós! O que queremos é tomar posse da função que exercemos que, segundo o Ministério da Educação, é a de Professor de Educação Infantil e não Docente I ou II.

O mais cômico foi ouvir a Secretária Luciane Rabha dizer que em Angra não haverá valorização, "esse negócio de reenquadramento, essas coisas..." ela se equivocou ao dizer tal coisa, esqueceu de abrir um parêntese e dizer que não haverá reequadramento na gestão dela! Será que pensa que ficará eternamente no cargo? Ela nem pode falar pelo Governo Tuca Jordão, pois ainda neste governo ela pode ser trocada(é o que torcemos) e em seu lugar assumir uma secretária ou secretário realmente envolvida(o) com a educação angrense, e que saiba que valorizar o profissional que educa é ganho certo para todos, especialmente às crianças, no caso da Educação Infantil.

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A Secretária precisa passar a visitar as creches e não só aparecer nas inaugurações, se fizesse isso, conheceria o trabalho dos auxiliares e não pestanejaria em nos valorizar. A resistência será talvez, falta de conhecimento da causa.
Parabéns a Rádio Costa Azul pelo programa!

9 comentários:

Anônimo disse...

O comportamento dessa secretária é no mínimo de DEPRIMENTE.

Não era preciso vcs explicarem tudo de novo nessa postagem, quem não entendeu até agora nossa situação, não terá neurônios para entender isso nunca. Não percam tempo com gente sem noção.

Anônimo disse...

Eu ouvi a entrevista e fiquei pasma quando ouvi ela dizer que no municipio de Angra não vai ter isso não, o problema dessa gente é assumir o cargo e achar que é pra sempre, com a gestão que vem fazendo ela tomará é uma sala de aula quando sair, coisa que a maioria que está lá dentro tem alergia. Será que já pisou em uma sala de aula? Sei não...

aux. berçário-ouvinte da Costa azul disse...

A secretária quando o locutor falou que a maioria dos auxiliares estavam em estágio probatório,por isso não podiam lutar pelos direitos ela não desmentiu o locutor simplesmente disse que pode sim. ainda bem, que seria ilário ouvir a secretaria falando que não há perseguição dentro da secretaria de educação. seria a piada do ano!

Anônimo disse...

Fiquei sabendo que as pessoas que estão junto da secretária de educação fica corrigindo erro de português dos textos de vocês, mas acho que eles precisam fazer a faxina primeiro é dentro da própria secretária começando pelo cargo mais alto.Como fala errado!

Anônimo disse...

ANGRA TEM QUE MOBILIZAR UMA GREVE, SO ASSIM VOCE VAO CONSTATAR QUE CRECHE NAO FUNCIONA SEM RECREADORES.
BEIJOS
RIO

Anônimo disse...

Olha, eu fiquei encantada com os comentários que foram feitos. É isso aí vamos lutar pelos nossos direitos,eles erram e nós pagamos o pato? Isso é tremendamente ridículo!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Isto se enquadra ao auxiliar de Berçário?

Professora disse...

Prezado(a) anônimo(a) de 29/07/11,

Na Educação Infantil o profissional que atua é o Professor de Educação Infantil. Auxiliar de recreação, berçário, monitor, auxiliar de creche dentro outros foram estratégias para baratear o custo com esse nível escolar, além de escravizar esses profissionais. A conquista de um será a de todos!
Abraços.

Anônimo disse...

Olá, sou professor titular de uma escola de educacao infantil, sou bem sincera em dizer que as auxiliares que trabalham comigo exercem praticamente a mesma função que eu exerço além de trabalharem o dobro da minha carga horária e receberem menos. Acho realmente que vcs não são valorizadas como deveriam. Torço que consigam alcançar os objetivos pelos quais estão lutando. Abraços Luiza