Rumo a regulamentação de nosso cargo!!!

Mesmo após a LDB/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e o PNE/2001 (Plano Nacional de Educação), quando as creches deixaram de ter um caráter assistencialista e passaram a ser consideradas a primeira etapa da educação básica, onde quem trabalha em contato diretamente com as crianças é o professor e necessita ter a formação mínima em nível médio na modalidade normal para estar em sala de aula, muitos municípios continuaram a fazer concursos com a exigência de apenas nível fundamental ou médio, com nomenclaturas como auxiliar de recreação, berçário, auxiliar de creche, pajem, entre outras até os dias de hoje e como resultado disso exercemos atividades de docente, pois as creches de fato fazem todo o trabalho pedagógico, porém temos salários e direitos bem inferiores aos dos professores, mesmo tento a qualificação exigida por lei.

Convocamos aos ainda erroneamente chamados auxiliares, pajens, monitores, entre outras denominações a caminhar pela criação de nossa verdadeira identidade que é a de Professor de Educação Infantil, em muitos municípios profissionais como nós já conquistaram seus direitos agora é a nossa vez.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O MEC DIZ QUE ISSO É PURO PRECONCEITO...

Comentário retirado da postagem: ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL.

Alis Volat Propriis disse...

Sou professora de educação infantil e trabalho em creche, tenho uma equipe de auxiliares maravilhosa. Faço toda parte pedagógica e nunca troquei uma fralda. A prioridade do PEI é sempre o pedagógico, ficando com as auxiliares qualquer atividade referente a higiene e limpeza ,já que não posso deixar de cumprir a parte pedagógica para trocar fraldas. Como PEI eu até apóio a carga horária justa, mas a inclusão no magistério não. Outra coisa, acho também que vocês devem aceitar que o PEI não é um auxiliar de creche que cumpre funções pedagógicas . O PEI é um professor e vocês são subordinados a nós dentro de sala de aula( o que não impede de trabalharmos em equipe, desde que cada um cumpra suas funções). Nós PEIs não regulamentamos o cargo de vocês,então não adianta nos atacar. Hierarquia existe em qualquer lugar, cabe a nós respeitar.

Olá Professora!


Bem, esta é sua opinião, o MEC tem outra um tantinho diferente, como você pode conferir lendo a lista de postagens e documentos importante do blog que fica logo ao lado. Mas para te ajudar a refletir melhor sobre o assunto destacamos alguns trechos da matéria: Educação Coletiva do pequeno Cidadão de 0 a 3 anos*, publicada na Revista Criança n° 46, que é editada e publicada pelo MEC.

DISCRIMINAÇÃO CRUEL

A injusta estrutura social brasileira se espelha sobremaneira nas instituições educacionais, onde as atividades de cuidado são com freqüência empurradas para os de menor salário e status. Isso ocorre porque a essas atividades é atribuído um menor valor simbólico que àquela denominadas educativas.

Nas creches, nota-se freqüente discriminação entre “as professoras”, entendidas como responsáveis pela parte mais nobre da educação, e “as auxiliares, atendentes, serventes ou pajens”, responsáveis pela parte menos nobre, de cuidado das crianças e do ambiente. Supostamente, as primeiras formam a cabeça da criança, responsabilizando-se pelas atividades ditas de aprendizagem cognitiva, definidas no currículo escolar. Já as outras cuidam das atividades de alimentação, higiene, limpeza, descanso e recreação, as quais, supostamente, requerem menor qualificação.

Como a discriminação é grande, quem educa não se propõe a cuidar e quem cuida não se considera apto para educar, como se essa cisão fosse possível.

Em estudo sobre a inclusão/exclusão de crianças com paralisia cerebral na pré-escola (Yazzle, Amorim & Rossetti-Ferreira, 2004), pudemos observar os efeitos perversos dessa dissociação. A pessoa portadora de necessidades especiais usualmente requer maior cuidado, seja no que se refere a apoio ambiental (rampas, cadeiras adequadas etc), seja no sentido de um auxílio mais direto e efetivo em atividades nas quais não tem autonomia, como ir ao banheiro, por exemplo. As professoras da pré-escola mostraram-se despreparadas e atônitas diante dessa situação para elas, esse tipo de função não lhes cabia, e sim às serventes, que não estavam disponíveis em vários momentos.


Na realidade, nossa investigação pôs em evidência o fato de que todas as crianças precisam, em vários momentos, de algum cuidado especial, adequado a suas necessidades individuais. As professoras, porém, não estão preparadas para isso, pois acham que sua função é apenas ensinar saberes especificados em um currículo escolar predefinido. Quando obrigadas a exercer atividades de cuidado, geralmente o fazem à revelia das crianças.


O RITUAL DA ALIMENTAÇÃO


Porém, tanto o processo de cuidado quanto o de ensino-aprendizagem tornam-se muito mais efetivos e prazerosos quando há real sintonia entre quem cuida e quem é cuidado, entre quem ensina e quem aprende. Um processo no qual a educadora é capaz de perceber o momento da criança, de proporcionar condições que a acolham e motivem, envolvendo-a e compartilhando com ela atividades variadas, as quais podem ter partido da iniciativa seja da criança, seja do adulto.

Ao colocar a criança em uma posição mais ativa, de parceria e co-autoria do que ocorre e de seu próprio processo de cuidado e aprendizagem, a professora estará lhe dando oportunidade de construir uma identidade positiva a respeito de si mesma, de pessoa capaz de se cuidar e ser cuidada, de interagir com outros e dominar diferentes habilidades e conteúdos. A identidade da criança também está sendo formada durante atividades de vida diária, como a alimentação, por exemplo. Muito da cultura e dos saberes de um povo é transmitido nessa prática social. Que o digam os italianos, árabes, franceses e os brasileiros do Norte ao Sul! O preparo da comida e o momento da refeição constituem ocasiões extremamente ricas para a aprendizagem e desenvolvimento de hábitos e costumes individuais e culturais. No entanto, essa situação é freqüentemente tratada na instituição como uma rotina cansativa, da qual os adultos desejam desvencilhar-se o mais rapidamente possível.

As atividades de cuidado/ educação de crianças cujos direitos são reconhecidos e respeitados pela instituição e por seus educadores devem envolver o cultivo da identidade familiar, de gênero e raça. Para isto, podem ser programadas situações nas crianças possam explorar sua história individual e familiar, descobrir e ser acolhidas em sua individualidade, aprendendo a reconhecer e respeitar as diferenças próprias e alheias.

Propiciar oportunidades para as crianças aprenderem a gostar de si próprias, desenvolvendo um autoconceito positivo e aprendendo a reconhecer e respeitar as características pessoais de cada um constitui tarefa educativa das mais importantes, tanto na infância quanto na adolescência.

EDUCAR E CUIDAR: INSEPARÁVEIS


A indissociabilidade entre cuidado e educação precisa permear todo projeto pedagógico de uma creche ou pré-escola. Trata-se, de certa forma, de uma filosofia de atuação que prevalece, ou não, em todo o planejamento. As famílias não procuram a instituição apenas para que proporcione a seus filhos os aprendizados definidos no currículo escolar buscam compartilhar com os educadores o cuidado e a educação de seus filhos. Esperam que suas crianças sejam acolhidas em sua individualidade, o que comporta necessidades variadas. Para finalizar, gostaria de propor uma reflexão interessante. Na época atual, em que a maior ou menor oportunidade de acesso ao conhecimento define muitas vezes o futuro de uma pessoa, as atividades de cuidado assumem cada vez mais uma posição de destaque. As máquinas e os robôs estão substituindo o ser humano em várias tarefas, mas não nas de cuidado!


O setor de empregos que mais cresce é o de serviços. E a competência neles exigida envolve também delicadeza e cuidado no trato. Outros segmentos que apresentam acentuado crescimento dizem respeito diretamente ao cuidado das pessoas e do ambiente ecológico. Cabe então a pergunta: será que estaremos preparando um futuro melhor para nossas crianças, se deixarmos de fora o cuidado das tarefas educativas em nossas creches e pré-escolas?

Clique aqui para ir à página de publicações sobre educação infantil do MEC, incluindo a Revista Criança citada na postagem.

Afinal, nunca é tarde para aprender ! ! ! !

P.S.: Temos comentários pendentes, liberaremos assim que possível.

10 comentários:

Anônimo disse...

Me perdoem a linguagem mas, que safada!!!Não dá pra acreditar numa coisa dessa nos dias de hoje.

Anônimo disse...

Entendeu direitinho professora???

Anônimo disse...

Auxiliar de recreação e berçário estão se preparando p uma grande greve. Pois acabo o período probatório.

Anônimo disse...

Alquem me responda posso fazer greve estando no período probatório deste já agradecoguu

Anônimo disse...

Greve vamos para tudo!!!

Anônimo disse...

So mãe e aprovo a greve, elas sendo bem remunerada. Meu filho só tem que ganha com isso

Anônimo disse...

Eu,não sei quem inventou que somos subordinados a Professores. Fiz concurso publico.não mando nem na minha ajudante ... Olha o ministério publico. Pessoal não tenha medo de denuciar faca como a creche deise Maria denunciem. Ministério publico

Anônimo disse...

A criança na educação infantil (educação básica e não assistencialista) é vista como um todo: não existe a separação do cuidar e educar.
Quem ainda vê a necessidade de ter um profissional para realizar o "trabalho sujo"; para "auxiliar" precisa rever seus conceitos pois a transformação chegou apenas para os sensíveis e inteligentes.

MANUELA disse...

"O PEI é um professor e vocês são subordinados a nós dentro de sala de aula".Se enxerga vc acha que é nossa patroa?

Professora disse...

Anônimo de 15:47 de 17/09/11,

Claro que pode fazer greve estando em estágio probatório!O problema é a perseguição que a pessoa fica sujeito, mas se estiverem todos juntos, eles não conseguem perseguir ninguém!
Abraços