Rumo a regulamentação de nosso cargo!!!

Mesmo após a LDB/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e o PNE/2001 (Plano Nacional de Educação), quando as creches deixaram de ter um caráter assistencialista e passaram a ser consideradas a primeira etapa da educação básica, onde quem trabalha em contato diretamente com as crianças é o professor e necessita ter a formação mínima em nível médio na modalidade normal para estar em sala de aula, muitos municípios continuaram a fazer concursos com a exigência de apenas nível fundamental ou médio, com nomenclaturas como auxiliar de recreação, berçário, auxiliar de creche, pajem, entre outras até os dias de hoje e como resultado disso exercemos atividades de docente, pois as creches de fato fazem todo o trabalho pedagógico, porém temos salários e direitos bem inferiores aos dos professores, mesmo tento a qualificação exigida por lei.

Convocamos aos ainda erroneamente chamados auxiliares, pajens, monitores, entre outras denominações a caminhar pela criação de nossa verdadeira identidade que é a de Professor de Educação Infantil, em muitos municípios profissionais como nós já conquistaram seus direitos agora é a nossa vez.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

MAIS UMA CARTA ENDEREÇADA À SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

A agente auxiliar de creche do município do Rio de Janeiro Márcia Nunes, enviou essa carta a Maria Pilar Lacerda, Secretária de Educação Básica lhe cobrando mais uma vez uma posição quanto a situação dos auxiliares de creche, haja vista nossa responsabilidade com a educação integral das crianças, além de questioná-la sobre o fato de se fechar os olhos para concursos públicos realizados em todo país com exigência de nível fundamental, fazendo com que o Governo Federal tenha que intervir com cursos emergenciais como o Proinfantil, desperdiçando dinheiro público.

"Bom dia, secretária!

Estou lhe enviando esse e-mail por muitos AACS/RJ estarem questionando e tendo essa dúvida. Se o art. 62 da LDB determina que para estar em sala na E.I. todos devem ter formação de professores e sabemos que esta lei está correta, para que haja uma verdadeira qualidade proposta na E.I. e não tem como uma pessoa com nível fundamental mediar o desenvolvimento dessas crianças, somos exemplos para eles, que reproduzem tudo o que somos, falamos e como agimos. Exemplo: Se eu falar "NÓS VAI", esta criança que está aprendendo a falar vai reproduzir o mesmo linguajar, pois atuamos DIRETAMENTE na educação das crianças e temos liberdade de mediar (Corretamente ou não) em todos os momentos. Não atuamos como cargo de apoio, que presta apoio ao educador, mas FORA de sala como merendeiras, serventes, etc. Mesmo embora sendo também fazendo parte da educação, mas atuando como suporte (Apoio).

Como já é ciência de todos, nosso concurso foi ilegalmente oferecido a nível fundamental, portanto, fica uma pergunta: Como muitos AACS por diversos motivos ainda não possuem essa formação, apesar de terem o ensino médio ou superior em outras áreas e até mesmo com as novas nomeações, continuam entrando AACS sem a devida formação exigida pela LDB, haverá outro PROINFANTIL NO RJ já que o atual termina em Dezembro?

Outra questão:

Sabemos que nosso concurso foi ilegal, mas sua validade é até abril de 2012. O próximo prefeito deverá criar novas creches em 2013, portanto, novo concurso deverá ser criado, pois precisarão de mais profissionais (AACS) para cuidarem e educarem nossas crianças. Fica a pergunta: O MEC irá permitir que seja novamente a nível fundamental para que depois sejam gastos RIOS DE R$ público com o PROINFANTIL para fornecer a formação correta aos novos AACS? Se for corretamente exigida a formação de professores, o que deverá acontecer com nosso cargo? Pois se for criado o mesmo cargo com o mesmo nome e as mesmas atribuições com diferença de salário e categoria Magistério), irá ferir diretamente o princípio da ISONOMIA, ilegalidade que já está ocorrendo com o exercício dos P.E.I., pois estamos constatando na prática que esses "Professores" estão fazendo as mesmíssimas coisas que os AACS com diferença de carga horária e salário, como prevíamos já que fazemos "tudo" em conjunto.

O MEC irá permitir que a PCRJ crie mais um concurso ilegal exigindo nível fundamental em 2013 para depois gastar R$ público com o PROINFANTIL ou irá cobrar da PCRJ cumpra uma lei federal, que é a LDB e faça o que é correto para obter qualidade na Educação Infantil e valorização dos seus profissionais como determina o FUNDEB? Neste caso, teríamos que sair da categoria de apoio e assumirmos CORRETAMENTE a categoria a qual pertencemos, MAGISTÉRIO.

Aguardo sua resposta como secretária de educação básica do MISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA de nosso país.

ATT,

Márcia Nunes."

É tudo muito contraditório.Não dá para entender como o MEC se omite desta maneira, afinal é o órgão supremo da educação brasileira.

5 comentários:

Hebe Maciel disse...

Parabéns Marcia! Guerreira incansável!

Anônimo disse...

É isso mesmo, tem de correr atrás minha gente! Só tem vitória quem corre atrás.

Anônimo disse...

O MEC tem por obrigação investigar os critérios de seleção de educadores de todas as esferas do governo. Até quando viveremos num país que não põe em prática suas leis?E quanto a Educação Infantil, até quando os cidadãos serão equivocamente atraídos a prestar um concuso de nível fumental e ao tomar posse virar EDUCADOR?

Anônimo disse...

É revoltante o próprio MEC chamar os profissionais de creche de "professores". Fico angustiada e confusa: a nomenclatura é correta mas será que o MEC não tem conhecimento de que muitos municípios se recusam a fazer a transformação do cargo? E mais: os concursos públicos ainda continuam em desacordo com a legislação.

Anônimo disse...

O que vcs acham do concurso para Auxiliar de Desenvolvimento Infantil, que exige magistério e não são professores? Trabalham 100%com alunos e preparam atividades para eles, avaliam recebem pais, fazem reunião de pais, mas, não são professores.
Não é certo transpor cargos, mas é correto contratar assim, manter um cargo que já deveria ter sido extinto a anos.